Pandemia e Empreendedorismo

Moiziane Utzig
7 min readMar 22, 2021

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Por Julianny Ribeiro Cardoso, Maria Eduarda Nunes Fleck, Mariana Bergental Diel, Moiziane Utzig e Tuãne Araújo.

Os principais reflexos da Pandemia na Economia

A pandemia pegou o mundo de surpresa, e atingiu diversos setores da economia. No meio de tanta incerteza, quais são os desafios dos empreendedores? Como alcançar oportunidades? Em busca dos reflexos da pandemia sobre a economia, os pesquisadores Antonio Marcon e Luciana Lenhari desenvolveram um boletim científico, através do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp. O estudo foi publicado em maio deste ano, quando o cenário econômico global já enfrentava mudanças para sobreviver aos efeitos do Coronavírus. De lá para cá, as notícias não são boas. O que podemos esperar do futuro próximo? No boletim, os autores afirmam que esses são desafios não completamente compreendidos por governos, empresas e sociedade. Pergunta difícil, certo? Enquanto não chegamos lá, vamos entender o que os pesquisadores dizem.

Entrevista com Antonio M. Marcon, graduado em Ciência de Computação pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente dirije a área de Corporate Venture da ANPROTEC. Doutorando em Política Científica e Tecnológica, e Luciana Lenhari , Economista pela PUC/Campinas, Mestre e Doutora em Política Científica e Tecnológica pelo DPCT/IG/UNICAM, falando sobre os principais reflexos da pandemia sobre a economia, identificando exemplos de ações de enfrentamento, desafios e oportunidades para empreendedores e pequenas empresas intensivas em conheciemtno — starups, considerando as expectativas geradas por este mometno de grandes transformações sociais e econômicas provocadas pela pandemia.

Entrevista produzida por Maria Eduarda Nunes Fleck com edição de Tuãne Araújo.

Empreendimentos pós-covid: a adaptação das empresas brasileiras após os danos da pandemia

Entrevista com Alison Silva Ferreira, autor da pesquisa “Como as empresas estão se ajustando aos impactos causados pela Covid 19? Um Estudo em MPEs situadas em Shoppings Centers de Feira de Santana”. Alison é Mestrando em Contabilidade na Universidade Federal da Bahia; Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade Anísio Teixeira; Especialista em Gestão Ambiental, Gestão Contábil e Finanças empresariais. É graduando em Administração Pública no Instituto Federal Baiano e Pesquisador na área da Contabilidade Ambiental, Finanças, terceiro setor e Educação.

Podcast produzido por Julianny Cardoso com edição de Tuãne Araújo.

A pandemia, o empreendedor e o PIB

Que ser empreendedor no Brasil não é fácil, nós já sabemos. Mas o que mudou nesse mundo pandêmico em que vivemos?

Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) entre os dias 3 e 7 de abril deste ano, mostra que o prejuízo da pandemia nos pequenos negócios cresceu consideravelmente. Antes mesmo de surgir o vírus, 73,4% das empresas já cadastradas pelo governo já mostravam que a situação financeira de seus negócios não estava boa. Em disparate de 49% que relatou que as finanças já estavam moderadas, 24,4% já apresentava sinais de falência.

Ainda segundo pesquisa realizada pelo órgão, 5,3 milhões de empreendedores sofreram bastante com a surpresa do COVID-19, trazendo um efeito dominó de demissão em massa. Em um número de 18,1%, as empresas precisaram demitir funcionários, com uma média de 3 empregados, para manter uma situação financeira “confortável” para que acontecesse o mesmo que outros 21% dessa pesquisa: fechamento total de suas atividades. Enquanto algumas empresas recorreram à demissão, outras preferiram fazer o rodízio de funcionários, sendo uma pequena parcela de 15,3% das empresas.

Ao mesmo tempo que empresas fecharam as portas, 1,15 milhões de outras empresas se registaram no Portal do Empreendedor, site que faz a formalização de Microempreendedores Individuais (MEI) e Micro Empresas (ME). Estima-se que aproximadamente 25% da população adulta estará envolvida em atividades autônomas até o fim do ano. Pode parecer que é um bom sinal, se essa não fosse a única saída para aqueles que tentam sobreviver nesses tempos sombrios. O IBGE divulgou dados que cerca de 700 mil pessoas passaram a fazer parte da estatística de desempregados nas duas primeiras semanas de junho. Além da problemática de pessoas que estão buscando na vida autônoma um meio de sobreviver, ainda não podemos contar quantas dessas estão surgindo de forma irregular. No Brasil, para que uma empresa atue dentro da legalidade, precisa estar cadastrado no site do governo.

Demissões em massa, a falência e aberturas forçadas de pequenos negócios, a ilegalidade. A lista não termina: os brasileiros agora enfrentam mais um problema, a volta da cobrança de taxas que foram paralisadas em maio. Agora os trabalhadores irão precisar colocar no pagamento da folha os impostos que o governo aplica a eles.

Apesar das muitas dificuldades, as Micro Empresas (MPES) regem 30% do PIB do país, aponta um estudo do Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas. Representando, em abril, o total de 54% dos empregos formais, responsável por mais da metade dos empregos do país. Sem grande incentivo do governo, o setor está descapitalizado.

Texto e produção por Tuãne Araújo e Moiziane Utzig.

A saúde mental dos empreendedores em meio a uma pandemia

Diagramação produzida por Mariana Bergental Diel

A saúde mental, que já é um tema de grande importância, está ainda mais presente durante o período pandêmico atual e, com isso, os sintomas desgastantes estão aumentando cada vez mais. O isolamento social traz, para alguns, a piora na saúde mental, pois se sentem afastados e sozinhos. Além disso, a preocupação com a situação atual e com o futuro incógnito são fatores que geram ainda mais frustração. Vários setores foram atingidos pelo COVID-19, e consequentemente os empreendedores passam por dificuldades. Como fica o estado mental destes? Como cuidar dos negócios e da saúde física e emocional ao mesmo tempo? Para responder essas dúvidas, foi realizado um estudo pela empresa de inovação, Troposlab, em parceria com pesquisadores da Faculdade de Farmácia e do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, o qual analisa as mudanças na vida dos empreendedores. A partir de uma coleta online realizada em junho de 2020 com a participação de 653 empreendedores, foi possível relatar que as mulheres sofrem mais que os homens, registrando 28,5% de sintomas de ansiedade, enquanto os homens apresentam 22,2%. Os dados para depressão também apresentam essa diferença, 10,4% para mulheres e 3,4% para homens. Dos entrevistados que relataram tais obstáculos, 15,6% buscaram ajuda profissional ou iniciaram o uso de medicamentos.Tais aspectos são consequências da queda no negócio, que traz muitos problemas financeiros, podendo afetar a vida dos empreendedores. Sem saber o que será do futuro, 81% dos entrevistados afirmaram que a pandemia trouxe incerteza para seus negócios. Com isso, o estudo levantou a teoria de que quanto mais incerto está o ambiente, maior é o dano psicológico para o empreendedor. Para diminuir os danos psicológicos, a maneira é encontrar estratégias para lidar com a situação e manter o clientela.

Entrevista com a psicóloga especialita em Tanatologia: Ruthiéle Farias: Você tem atendido empreendedores durante a pandemia?

Ruthiéle: Sim, atendo atualmente 3 empreendedores, mas cheguei a atender 5, neste período, de março à dezembro de 2020 (pandemia).

O que nota nesse grupo e como são atingidos pela pandemia?

R: O grupo, em sua maioria se caracteriza, por uma forte apatia e desesperança, sinais de depressão e desespero, frente ao atual cenário. Noto, que não estão sendo apenas atingidos financeiramente, mas principalmente em sua dignidade, cidadania e autoestima, quesitos básicos, para levar o pão de cada dia para casa. Isso porque, segundo o sebrae, empreendedor, é aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação. Contudo, vimos que a pendemia mostrou que inúmeros Brasileiros, para aumentar a renda ou por não terem um emprego fixo, se dedicam ao empreendedorismo, para conseguirem fechar as contas no fim do mês. O que nem sempre foi um sonho, mas sim uma necessidade. Uns viram as suas necessidades serem atingidas, e outros viram os seus sonhos e as necessidades dos seus funcionários serem atingidas. Seja como for, de alguma forma, o empreendedor, sofreu e ainda sente o impacto da pandemia em suas vidas.

O que pode ser feito para minimizar os efeitos psicológicos desse período?

R: Por mais difícil que seja, o empreendedor que conseguir se reinventar, criar, se desconstruir do básico, ver o que ninguém mais vê; esse empreendedor sentiu e sentirá menos, os impactos financeiros e consequentemente psicológicos deste difícil período que vivemos. Por mais que a Pandemia “passe” o impacto sofrido, ainda será sentido pelos próximos anos, por isso, é fundamental a criar algo novo, para um tempo e uma sociedade nova.

Texto e entrevista produzidos por Maria Eduarda Nunes Fleck.

As Dificuldades das Mulheres Empreendedoras durante a pandemia

A pandemia e o isolamento social chegaram trazendo grandes dificuldades para o comércio em geral. Entretanto, os empreendimentos comandados por mulheres podem estar sentindo os efeitos do CoronaVírus com ainda mais intensidade.

A comerciante Natália Alves, 29 anos, sentiu os impactos da pandemia no seu negócio de moda pet e conta quais foram os principais problemas enfrentados.

Entrevista realizada por Mariana Bergental Diel, produção de Julianny Cardoso e edição de Tuãne Araújo

O mercado de trabalho e o jovem empreendedor em meio a pandemia

Podcast com participação de Thiulliety Castro Miranda, de 25 anos, completou o curso técnico em Administração pelo Núcleo de Empreendedorismo Juvenil (EFG/NEJ) do Sebrae, em 2019, e no mês de abril, instituiu uma empresa no ramo pet.

Podcast produzido por Moiziane Utzig com edição de Tuãne Araújo.

Originally published at https://juliannycardoso.medium.com on March 22, 2021.

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Moiziane Utzig

Acadêmica de jornalismo, Universidade Federal do Pampa.